Hoje na faculdade e na rua só vi gente tossindo e espirrando. Até o Prédauter está com uma prostração. Parece que todos estão gripados, eu ia tomar minha coca zero rotineira, mas achei melhor tomar o que menos gosto: suco de laranja com mamão. Afinal, se eu pegar a gripe suína é bom que pelo menos eu prepare meu organismo, alimentando- o com muitas vitaminas, etc. Só não foi possível tomar o suco da luz, porque a fila estava enorme. O suco da luz faz parte do Biochip, prática alimentar que germina as sementes, fazendo com que esta seja 20.000 vezes mais nutritiva do que um alimento que passa pelo calor do fogão. Ex: ervilhas. Nada de que tenha química e carne é consumido pelos adeptos do Biochip. Nenhum deles toma remédio também. Eles são pessoas extremamentes saudáveis e fortes. Eu já germinei grão de bico, coloquei na sala e ficou ótimo. Outra semente que germinei foi a de girassol. Mas essa acabou brotando que nem feijão em algodão, depois jogquei num vaso antigo com terra e o girassol cresceu. Foi uma das maiores emoções desse ano de 2009. O Girassol foi crescendo e eu tive pena de comer a planta ( já que o indicado é comer a folha- a flor não cresceu precisava de mais espaço, sei lá). Criei um vínculo super forte com meu pé de Girassol. Eu lembro que quando eu ficava o dia inteiro sem falar com ele, juro, ele murchava. Aí era só ir lá falar com ele para parar de ser tão carente, que eu só estava um pouco ocupada, mas que pensava nele constantemente. No dia seguinte ele estava radiante. Confesso também que fui chorar muitas vezes no pé de girassol, eu olhava para aquela planta verdinho clarae ficava tudo mais tranquilo na miha vida. Depois de muitas semanas de relação harmoniosa, ele começou a adoecer, eu sentia, era só olhar para ele. Algumas partes começaram a ficar secas. Fiquei apavorada e levei para o jardineiro do prédio que pediu para deixar o vaso com ele. Fui para casa sem o Girassol, aflita, será que tinha jeito? Era o fim? No fim do dia o jardineiro interfonou e disse que eu podia ir lá buscá-lo. E lá estava meu girassol, com uma cara meio abatida, mas o jardineiro disse que ele ia ficar ótimo, mas é que a terra estava toda contaminada. Fiquei muito assustada e agradeci aquela santa alma por salvar meu Girassol.
Dois dias depois eu ia para Minas e aí surgiu um problemão. O que eu faria com o Girassol, ele não podia ficar sozinho! Todos da casa estavam viajando. Liguei para minha mãe e perguntei se podia levar comigo e inclusive se ele podia morar por lá, poderíamos plantar no jardim com as outras flores e quem sabe até brotaria a flor? Vida na cidade é desgastante para flor. Mas aí minha mãe disse que não gosta de girassol, que não era por mal. Depois vim a saber que numa fase muito difícil da vida, ela passava todo dia por um girassol. Claro que entendi perfeitamente, ela queria ficar longe de qualquer girassol que fosse. Eu também tenho essas coisas e inclusive não escrevo com caneta preta.
Meus amigos estavam aqui em casa na véspera da viagem e decidimos, depois de uma longa reunião de cúpula, que ele ficaria na casa da Malu. Foi nesse dia também que batizei meu girassol de Jean, em homenagem a um amigo que estava ausente na reunião lá de casa. Fechei as janelas, tranquei as portas, peguei as malas e o Jean. Eu nem sabia que eu ia ficar tanto tempo sem vê-lo,
Engraçado que quando tranquei a porta de casa eu não sabia que minha volta ia ser de um jeito que nunca imaginei na minha vida. De qualquer forma comecei toda essa história por causa de sementes. Germinadas então, podem dar muita história.


Então quer dizer que você ach que não sei quem você é... Se eu fizer então uma lista de 200 pessoas, pode ser que eu acerte?
Vamos ver se meus estudos de psicolinguística prestam ou não.