Logo pela manhã a gente é obrigado a perder um pouco da esperança, me parece que sim, a culpa é somente minha de manter manter o monopólio do sapo de pelúcia (será?), e o sol está lindo, a temperatura agradável, o outono está aí, mas sim, e daí?, continuamos ressabiados (seremos vítmas ou criadores dessa situação?), nos atrofiando cada vez mais com nossa esperteza, com nossa ignorância.
Tecnologia é o que não falta, renovações disso e daquilo, criam-se cada vez mais produtos e meios para o " bem estar do ser humano", há uma revolução nos nossos relacionamentos. Agora o homem está mais sensível, a mulher é dona do seu próprio nariz ( ele inclusive por ser fabricado do jeito que você quiser), os relacionamentos abertos já podem ser considerados cools, e experimentar todas as gentes e tipos é a nova onda, significa ter a caberça aberta, " sem fronteiras". Namorar, casar, ser fiel é quase coisa do passao. No discurso até parece que se trata de uma geração bem resolvida indiviualmente e coletivamente.
Será tudo isso uma máscara para fugir dos nossos anseios mais íntimos, ou não,...? (não sei)

Porque em meio a essa liberação de comportamentos, em meio a esse "respeito" às diferenças de estilos que adotamos agora, nos tornamos ao mesmo tempo seres humanos medrosos, cada vez mais enclausurados.
Parece contraditório, mas eu começo a perceber que ao mesmo tempo que seguimos com mudanças que parecem evoluir, ao mesmo tempo, obrigatoriamente regredimos ao passado. O medo está tomando conta das cidades, e de nós que moramos nelas.
Cada vez mais são contruídos condomínios fechados, quase feudos, constrúidos com segurança máxima, monitorados por câmeras e contendo dentro deles todas as oportunidades de diversão, com direito a restaurante, e loja de conveniência vendendo o que não pode faltar em casa, para assim não ter necessidade de sair do seu feudo e claro, correr o risco de ser atingido com uma bala perdida.
Outro cerco que se arma: a possibilidade de ter muros em volta das favelas, é claro por uma questão ambiental, proteção da áera verde ainda restante, mesmo que curiosamente nos últimos nove anos, houve crescimento de apenas 1,18% das favelas da Zona Sul , essas que inicialmente foram selecioandas para a construção do muros.
Ao mesmo tempo em que se criam leis para a urbanização da favela e projetos de desnvolvimentos sociais para seus moradores, pensa-se ainda em construir muros de três metros que por si só já agrega um valor simbólico. No mínimo estranho. Sugerimos um milhão de alternativas, evoluímos no discurso, mas imagine saber que em volta do seu bairro será contruído um muro? É inevitável nascer rancor. Nos sentimos invadidos e incomodados com as favelas, agora nascer e morar num lugar que você sabe ser "um câncer na cidade" é muito mais ameaçador.
As barreiras vão sendo contruídas, pouco a pouco, sendo por muros visíveis ou pelo medo invisível que já percorre a sociedade.
A cidade, que deveria ser o auge, exemplo de uma sociedade moderna, evoluída,está virando um campo de batalha, se já não é. E pior, antigamente bandido tinha cara e se assumia bandido, hoje em dia existem vários por aí usando uniforme de polícia, aquele que deveria proteger o cidadão.
E o que me apavora... em meio a essa nova sociedade moderninha, com conceitos abertos, livres de preconceitos, o medo e a desconfiança crescem nas mesmas proporções.
As cidades com seus espaços públicos, praças, museus e parques, parece uma idéia falida.


Tranquemos todas as portas e pratiquemos nossa liberdade de expressão, nossa "saudável" libertinagem atrofiados por trás das muralhas, na frente da tela de um computador.



O monopólio do sapo de pelúcia ainda reina.. mas me diga, a culpa é de quem?