Fora a tragédia da semana está tudo indo bem. Até agora eu não acredito que um avião possa ter desaparecido assim, sem grandes explicações. O jornal de hoje está dizendo que o que os destroços encontrados até então não são do avião. Eu ainda fico na esperança de um milagre.... vai ver que a equipe está procurando os desaparecidos no lugar errado, tudo é possível não é? Um avião super seguro caiu por razões quase improváveis, então de forma improvável podemos ainda encontrar sobreviventes. Eu falo isso porque semana passada vi um documentário sobre pai e filho que foram esquiar, se perderam no meio de uma nevasca e ficaram oito dias escondidos em uma caverna ( OITO DIAS!). Era um pai e o filho de dez anos de idade, a única alimentação deles eram duas balinhas que estavam no bolso. O caso ficou famoso no mundo inteiro, a equipe já procurava os corpos e aconteceu inclusive uma missa para consolar os familiares dos "mortos". Um belo dia lenhadores avistaram o pai do menino procurando por ajuda. A equipe de resgate chegou ( finalmente!) e salvou pai e filho ainda com vida. Foi um milagre, não foi? Eu acredito em milagres.

Segue uma entrevista que vai sair numa revista da editora. Ainda não foi revisado, talvez eu ainda mude as respostas:

Para quem você indica a leitura do livro “No mundo da Lua’’?
Eu sou suspeita para responder essa pergunta, afinal sou a autora e indico para a leitura para todo mundo! “No mundo da Lua” é um livro que fala de uma menina de quatorze anos e seu universo, mas eu acho que ele fala principalmente do convívio entre gerações e pessoas diferentes, como esse convívio pode ser difícil, mas ao mesmo tempo um grande aprendizado e certamente essa é grande riqueza da vida. Por isso indico o livro para as meninas e para todas as pessoas que queiram mergulhar em um universo diferente e que ao mesmo tempo pode acabar falando delas.
O que mais te chamou a atenção durante o processo de pesquisa sobre os adolescentes?
O processo de pesquisa foi muito revelador. Na minha época de adolescente eu não tinha msn, blog, orkut, twitter ou facebook, aliás, na minha casa nem internet tinha, ainda bem porque eu amo escrever, imagina a confusão que eu iria arrumar na rede! Bom, mas eu sabia que para escrever para adolescentes sobre adolescentes eu tinha que falar dessa “realidade” virtual, na verdade eu tive que entrar nessa realidade me tornando uma rata da internet para saber como funciona essa dinâmica, dessa vida que acontece on-line. Fiquei com um pouco de receio, será que eu conseguiria falar de um universo que eu nem sou tão íntima assim? Depois de pesquisar a linguagem, os gostos musicais e tudo o mais que as meninas curtem hoje em dia passei para a minha imaginação. Depois dos livros publicados levei um susto, as meninas começaram a me dizer que eu falava justamente da vida delas. Apenas algumas vezes coloquei minhas personagens na frente do computador e mesmo assim as leitoras se identificaram com minha protagonista. Ou seja, os anos passam e junto com eles todos os modismos, mas mesmo assim, meninas são sempre meninas com seus sonhos e dúvidas, independente do lugar e da época que vivem.

Quanto tempo que levou para elaborar essa estória? Fale sobre os momentos de inspiração, criação.
Em poucos dias eu tinha a estória de “No mundo da Lua” toda desenhada na minha cabeça. Eu sempre faço isso, como se fosse um pequeno roteiro que deve ser seguido. Claro que no decorrer da escrita tudo pode mudar como geralmente acontece porque os personagens parecem criar vida própria. É muito prazeroso mais ao mesmo tempo um trabalho árduo, a história vai seguindo uma direção que de repente você se pergunta, mas afinal, para onde estou indo? Além disso, no período de escrita eu fico 24 horas por dia pensando na minha estória, ela fica morando comigo o tempo todo. Chega a ser sufocante, mas não tem jeito, enquanto não chega o fim, fico o tempo todo articulando o rumo dos personagens. Tinha momentos em que eu ficava apavorada achando que não ia conseguir, eu respirava fundo e ia dar uma volta, não é que como mágica as idéias iam aparecendo? Por isso adoro pensar quando estou andando, sempre dá certo. Depois de três meses eu terminei o livro e foi uma tristeza porque a Lua tinha se tornado uma amiga íntima minha. Foi uma sensação que até então eu não tinha sentido, me senti meio vazia, depois vem a pergunta inevitável, e agora, o que faço sem minha estória?




Como é escrever para o público jovem? Como foi aproximar a linguagem deles a literatura?
Escrever para o público jovem é mais uma revelação na minha vida! Desde que me entendo por gente eu escrevo, mas não sabia exatamente o que eu iria escrever e para quem. Tudo se encaixou perfeitamente já que na época em que comecei e escrever meus livros eu era estagiária na biblioteca infantil-juvenil da Cátedra UNESCO de Leitura da PUC -Rio, lá li muitos livros e junto com professores estudei muito sobre literatura infanto - juvenil. Fiquei completamente apaixonada pelo gênero. Sem esse aprendizado seria impossível escrever “No mundo da Lua”. Claro que me preocupei em aproximar os jovens dos meus livros pela linguagem também, que acredito que deva ser ágil, assim como eles são. Mas por outro lado nunca me pressionei a fazer essa aproximação, eu não quero forçar a barra. Minha maior preocupação é contar uma boa história e ser sincera com o que escrevo. Eu invento toda uma história, mas invento com muita sinceridade.

Você acha que tem (ou teve) um pouco da Lua, que vive sonhando como uma grande aventura e um grande amor?
Eu acho que todos nós sonhamos com uma grande aventura e um grande amor, eu consegui fazer com que a Lua realizasse isso porque eu estava lá o tempo todo em cima dela! Apontava caminhos e mostrava sinais, de tanta insistência deu certo! Eu acho que viver uma grande aventura e conhecer um grande amor é mais difícil fora dos livros porque observamos muito pouco o que está a nossa volta!