Engraçado que quanto mais tarde fica, mais eu acendo.
Daqui a pouco pego um ônibus rumo a Tiradentes só para buscar o lindo vestido da Ave Maria que vou usar no dia do lançamento.
Fora isso está chovendo aqui.




Só ela está escrevendo por enquanto:







Adoro caminhar no Leblon, mas impressionante, os assuntos que rondam por lá são sempre os mesmos. ( nas mesas da calçada, no hortifruti, supermecado, padaria, quiosque, floricultura)
Ás vezes penso que o Leblon é um bairro congelado no tempo. as mulheres com seus filhos e as babás, carrinho, baldinho, os rapazes sem camisa com resto de areia no braço tomando suco, alguns barrigudos tomando chope, cachorro molhado, havaianas e sempre um molho de chave na mão. por aí vai...

ai, coisa chata quando o e-mail volta. Vc escreve uma mensagem enorme e depois tem que escrever tudo de novo.

A entrevistada das páginas amarelas da Veja foi uma psiquiatra que sofre de déficit de atenção. Quando pequena ela vivia com as pernas roxas tropeçando nas coisas. Li mais algumas características e me identifiquei muito.





Sem drama, sem drama. Hoje é dia 18 de setembro, tenho uma lista imensa de convidados para entregar o convite do lançamento. E ainda tenho que terminar de bordar o trenzinho rosa para minha afilhada. E ainda ler o material da faculdade que está empilhado em cima da poltrona.

Todos, todos que queiram dar apoio e incentivo para uma iniciante estão convidados!

Ah, Alice Ferrie postou no blog:

http://www.diario-ferrie.blogspot.com/





Mas Thikka eu adoro que não pondere as palavras comigo!! Os dilemas contribuem muito para meu trabalho, aliás, sem eles não existiria trabalho. Acho que para qualquer pessoa já que o trabalho, independente do que seja, é resolver dilemas dos mais diversos. Eu gostaria muito de saber resolver dilemas numéricos( como a própria Thikka). Acho que eu seria uma pessoa bem mais saudável e tranquila, essa coisa de mergulhar em emoção me coloca numas situações inacreditáveis. Mas hoje em dia já consigo controlar mais esses impulsos. Lembro que quando eu estava chateado com algum affair meu eu dizia para minhas amigas:
- Sabe, vou escrever um e-mail para ele.
Ela gritavam na mesma hora:
- NÃÃÃÃO faça isso! Você quer estragar de vez essa história?
Parecia que sim, porque teimosa eu escrevia páginas e páginas de word colocando em pauta todo meu conflito existencial em relação àquela situação. Óbvio que sempre acabei ficando com o papel de maluca por isso.
Com meu primeiro namorado foi assim. Aos 16 anos peguei uma caixa dourada e coloquei dentro páginas dos meus diários, cartas nunca enviadas, bilhetes, pensamentos em guardanapo que escrevia enquanto ele ia ao banheiro, tudo tudo tudo que eu sentia e achava dele. Amarrei uma fita na caixa e presentei meu ex que estava então com 19 anos. Eu não sei o que ele achou e eu também não sei o que eu achava na época. Seguir a vontade era lema aos 16 anos e foi isso que fiz quando fiz a tal caixa. Ele ficou verde e mudo, ele não soube lidar com aquela presença tão exacerbada de mim dentro daquela caixa dourada. Ele até hoje diz que tenho as ideias trocadas e rimos. Não sei na verdade se rio ou finjo que estou rindo, mas o fato é que ele se tornou um grande grande amigo. Essa coisa de escrever pode dá certo ou não. O dilema sempre vai estar presente.




Simplesmente amei essa coisa de beijos e juízo. Foi ideia da Thikka ( obrigada, obrigada Thikka) e ela acha que preciso de algum juízo. Eu estava justamente pensando nessa coisa de ter ou não ter juízo.

Enfim, não vou ficar matutando ideia hoje não.
Aliás, estou com outro dilemão Thikka. ( yeahhhhhh!) Eu estava pensando em várias coisas e daí veio na minha cabeça que eu não sei mais escrever, que não vou ter mais ideia etc. ( só tenho a ideia da história daquela menina esquecida).

Depois de escrever três livros ( um deles é um grande supense porque eu não sei se agradou muito) que as meninas se identificam a gente fica na dúvida... Será que ainda sou capaz de proporcionar mais alegria e dramas existenciais de Alice para as meninas??

Vou estudar um pouco e correr atrás de Allice Ferrie.

Imagina, será que um personagem pode se tornar mais forte que eu e sair correndo assim desse jeito? mas eu ordeno Alice Ferrie que você volte para casa imediatamente.
Está ouvindo? Está lendo isso? JÁ PARA CASA!

é por isso que eu estava tão distraída. ( e ainda ESTOU)
Falta de Alice dá nisso.




A distração pode ser entendida como um lapso de consciência e de falta de atenção. Os indíviduos com esse distúrbio sofrem de abstração crônica da realidade crônica.


De um site que tem a função de orientar ( que se diz com tal missão):

Distração é uma característica do hiperativo
Como já mencionei acima, o córtex pré-frontal manda sinais inibitórios para outras áreas do cérebro, sossegando os dados advindos do meio, de modo que você possa se concentrar.

Quando o córtex pré-frontal está com hiperatividade, ele não desencoraja adequadamente as partes sensoriais do cérebro e, como resultado, estímulos em demasia bombardeiam o cérebro. A distração fica evidente em muitos locais diferentes para uma pessoa com DDA. Na classe, durante reuniões, ou enquanto ouve um parceiro, a pessoa com DDA tende a perceber outras coisas que estão acontecendo e tem dificuldade em se concentrar na questão que está sendo tratada.
As pessoas que têm DDA tendem a olhar pelo quarto, desligar-se, parecer aborrecidas, esquecer-se de para onde vai a conversa e interrompê-la com uma informação totalmente fora do assunto. A distração e o pequeno âmbito de atenção podem também fazer com que elas levem muito mais tempo para completar seu trabalho.

Impulsividade também caracteriza um hiperativo
A falta de controle do impulso faz com que muitas pessoas que têm DDA se metam em enrascadas.


Nem ouso colar o resto. Nem tão maníaca.

Para aliviar e distrair o assunto uma letra de Zélia Duncan

Distração

Composição: Christiaan Oyens e Zélia Duncan
Se você não se distrai, o amor não chega
A sua música não toca
O acaso vira espera e sufoca
A alegria vira ansiedade
E quebra o encanto doce
De te surpreender de verdade

Se você não se distrai,
a estrela não cai
O elevador não chega
E as horas não passam
O dia não nasce,
a lua não cresce
A paixão vira peste

O abraço, armadilha
Hoje eu vou brincar de ser criança
E nessa dança,
quero encontrar você
Distraído, querido
Perdido em muitos sorrisos
Sem nenhuma razão de ser

Se você não se distrai,
Não descobre uma nova trilha
Não dá um passeio
Não rí de você mesmo
A vida fica mais dura
O tempo passa doendo
E qualquer trovão mete medo
Se você está sempre temendo
A fúria da tempestade

Hoje eu vou brincar de ser criança
E nessa dança,
quero encontrar você
Distraído, querido
Perdido em muitos sorrisos
Sem nenhuma razão de ser
Olhando o céu, chutando lata
E assoviando Beatles na praça
Olhando o céu, chutando lata
Hoje eu quero encontrar você


Vou pesquisar mais o assunto. A palavra distração pode ser confundida com diversão, tanto é que ela é usada para expressar vários sentidos. Vou ter que pensar um pouco mais no assunto.




Lendo posts antigos começo a perceber que sou hipocondríaca, mas não vou falar disso agora.
Hoje meu dia começou com algumas irregularidades provisórias.
Logo pela manhã estava chovendo. Peguei o guarda chuva Gucci da sogra do meu tio. Começou por aí: tudo errado. Uma pessoa como eu não deve usar guarda chuva Gucci. Sogras nunca devem entrar em assunto nenhum. Tios também não. Combinação catastrófica. Guarda chuva, tio e sogra.
Saí atrasada, mas mesmo assim decidi parar nos bar das freiras para tomar um suco de maracujá.
Tomei o suco e segui para aula. Duas horas depois percebo que meu celular estava quieto demais para uma segunda feira. Reviro minha bolsa e sem surpresa nenhuma confirmo: eu perdi meu celular nas primeiras hora do início da semana.
Um colega me emprestou o celular dele para que eu pudesse localizar o meu. Para a minha sorte uma freira atendeu e ainda bem que as freiras são bondosas. Elas encontraram o celular ( que foi trocado por um suco de maracujá) e guardaram o aparelho para mim.
Aliviada e já com meu celular em mãos segui para a outra aula. Me empenhei ao máximo e anotei tudo que pude. Já tinha achado o celular e a partir daquele momento eu poderia começar minha vida do zero, dessa vez tudo estava certo, meus planos não iam se distrair, eu estava FOCADA no início da minha semana. ufa.
Depois da aula a chuva estava mais forte, mas epa, onde estava o guarda chuva Gucci da sogra do meu tio? Os gnomos raptaram? Ou não, eu realmente sou a pessoas mais distraída da face da terra?
Cheguei em casa trêmula. A sogra do meu tio não ia se incomodar com o desaparecimento do objeto que nos protege da chuva. Ninguém ia ligar, ninguém, ninguém. Afinal, é só um guada chuva. Mas para mim não se tratava apenas de um guarda chuva. Se tratava da minha dignidade, se tratava de alguma coisa que não estava sob meu controle. Eu não sei dar nome a isso. Ai que descontrole.
Para mim foi como ser acertada por um míssel. Me tranquei no banheiro e num acesso de fúria e mágoa comecei a chorar. E chorei e chorei, eu poderia passar o dia inteiro chorando e mesmo assim não seria o suficiente.
Meu choro só diminuiu quando lembrei do filme que assiti no Sábado, Up- altas aventuras. Eu não sei porque me lembrei do desenho, não posso explicar os mecanismos imprevisíveis do meu cérebro, mas o fato é que me lembrei. E parei de chorar porque decidi que se fosse escrever uma história para crianças, seria a história de uma menina que esquece tudo, que vive se espalhando por onde passa chegando em casa sempre com uma coisa a menos. Seria a história de uma menina distraída. Pronto. Não saiu mais lágrima, não saiu nada. Ah, sim, saíram outros pensamentos, pensamentos típicos de meninas esquecidas. A história ficou me cutucando e só não descobri ainda qual é a maior provação e aventura dessa menina esquecida. Que seres ela deve conhecer? De que forma a distração se torna grande defeito catastrófico e ao mesmo tempo sua qualidade? Assim vai começar a história.
Lavei meu rosto, voltei à faculdade e rodei o Campus todo, fui ao Achados e Perdidos onde mais cinquenta guarda chuvas reinavam, caminhei muito, fiquei zonza. Mais alguns minutos eu iria encontrar com ELE.
Com guarda chuva Gucci. ( ele é masculino ou feminino?)

Estava em cima da mesa na sala L148 onde o professor de grego dava aula. Fiquei emocionada e senti à espreita pela fresta da porta que o guarda chuva também sorria para mim. Ele estava ali sozinho fazia tempo e nenhuma alma tinha reparado nele. Como fui capaz de esquecê-lo?!!!
Com toda a educação entrei na sala de aula, pedi licença e peguei o objeto com uma glória jamais experimentada.
Olhei o quadro em que o professor escrevia e tentei pegar alguma informação útil. Talvez eu ainda vá passar por uma situação típica do filme Quem quer ser um milionário. Consegui visualisar o alfabeto grego e especificamente a palavra lambda que na verdade corresponde a letra L do nosso alfabeto.
Pois bem, pode ser que um dia eu agradeça por ter perdido um guarda chuva na sala de aula.

Só dessa forma será possível acertar a pergunta que me levará a ganhar um milhão de reais.

A pergunta seria:
Como se chama a letra L em grego?
Resposta: alternativa C, Lambda.

Eu dedicaria meu prêmio ao guarda chuva Gucci. E de forma inesperda, à sogra do meu tio.




Fui ao ambulatório da PUC.
Motivo? Desde que cheguei de Minas meu coração está batendo mais forte. Eu juro! Não conseguia dormir porque só ouvia o ritmo acelerado do tum tum tum tum. Não aguentando mais a situação fui ao ambulatório. O médico foi claro: É palpitação. Ele perguntou se terminei com namorado, se briguei com alguém, se estou nervosa, se estou sofrendo alguma pressão e etc. Nada disso Doutor, só sou neurótica desde que nasci. As palpitações é que resolveram aparecer só agora.
Meu coração está batendo 96 por minuto. O normal vai até 100, disse o Doutor com a maior tranquilidade do mundo. O coração dele parecia muito estável, só a barriga enorme que explodia a camisa branca quase arrebentando o botão.
-Como assim? Então mais quatro pontos?
- Mas é normal Camila, é normal.
-Fala sério Doutor, qual é o mais normal de todos?
- Uma pessoa não sedentária ( ou seja, saudável) vai entre 70 e 85...
- Putzzz - meu coração disparou mais ainda.
Ele me deu um remédio que fingi tomar. Guardei o comprimido na minha mão e fui embora com meu coração saltitante. Foi só um receio, sei lá, o prazer e o medo de esconder aquele remédio na minha mão que estava suando. Mas depois de atravessar a rua o coloquei na boca e engoli.

Meia hora depois

A sensação era de... não sei nem explicar.
Eu estava Zen. Olhava para a parede e pensava, nossa, como é bom olhar para a parede. Me arrastei pela casa numa alegria diferente e calma.
Me encostei na mesa e fiquei focada no momento único de estar apenas focada na mesa. Meu mundo era eu e a mesa. Ah, e uma leve brisa que passava pelo meu rosto.
Não passaram muitos pensamentos, nada passou pela minha cabeça, até que achei a cama e deitei. Dormi e meu corpo, juro, afundou e atravessou o colchão, senti a gravidade da terra me puxando.
Eu ainda não descobri o nome do tal comprimido rosa, mas ainda vou descobrir.







Preciso assistir Friends. URGENTE.